Um surto de pneumonia associado à bactéria Mycoplasma pneumoniae vem preocupando autoridades de saúde na China e na Europa, com casos registrados especialmente entre crianças.
Agora, a questão levantada é se esse surto pode alcançar o Brasil, tendo em vista a reabertura integral das escolas após o período de isolamento social.
Possível alastramento do surto
A referida Mycoplasma pneumoniae, bactéria comum em diversos países, incluindo o Brasil, gera sintomas semelhantes aos da gripe, como coriza, dor de cabeça, na garganta e febre.
O quadro é diferenciado por uma tosse seca, o que torna o diagnóstico crucial para a identificação da infecção.
Julio Croda, médico infectologista da Fiocruz e professor da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS), aponta que o surto está ligado à reabertura das escolas, à queda nas taxas de vacinação e à falta de exposição prévia a vírus e bactérias.
A propagação da bactéria pelo ar a torna tão contagiosa quanto outros patógenos gripais.
Os casos na China e na Europa aumentaram exponencialmente – Imagem: Kazuhiro Nogi/Reprodução
A Organização Mundial da Saúde (OMS) e especialistas alertam para a necessidade de testes em larga escala a fim de identificar casos graves e monitorar um possível aumento de infecções no Brasil. Contudo, a escassez de testagem em massa representa um desafio no país.
Croda destaca que, apesar do aumento de casos em outros países, não há motivo para pânico. A Mycoplasma pneumoniae geralmente causa sintomas leves e pode ser tratada com antibióticos quando evolui para pneumonia.
Sintomas como coriza, dor de cabeça, dor na garganta, febre e, principalmente, tosse seca são indicativos de infecção, mas apenas um teste pode confirmar o diagnóstico.
O tratamento segue os padrões para agentes gripais, incluindo medicamentos para os sintomas, hidratação e, se necessário, uso de antibióticos em casos graves.
O monitoramento atento e a realização de testes específicos são essenciais para lidar com a possível chegada do surto ao Brasil.
O país possui recursos e tratamentos disponíveis para enfrentar a infecção, e a recomendação é que os profissionais de saúde estejam alertas para diagnosticar e tratar adequadamente os pacientes internados.