Cena de "Succession" coloca o Brasil ao lado da Rússia e de Berlusconi

O Brasil de Jair Bolsonaro foi citado, em companhia da Rússia de Vladimir Putin e do ex-primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi, numa cena do sexto episódio da terceira temporada de “Succession”, exibido na noite de domingo (21). A série é um drama com pitadas de sátira e ironia sobre a mídia e a política nos Estados Unidos.

Foi durante o fictício Future Freedom Summit, um evento político conservador destinado a arrecadar fundos para potenciais candidatos presidenciais nas próximas eleições americanas. Presente no encontro, Logan Roy (Brian Cox) e três de seus filhos foram cortejados por vários candidatos, todos esperançosos de conseguir o apoio do conglomerado de mídia comandado pelo empresário.

O filho mais velho de Logan, Connor (Alan Ruck), gostaria que o pai apoiasse o seu próprio sonho de ser presidente dos EUA, mas não é levado a sério. A caçula Shiv (Sarah Snook) defende que a família apoie o congressista Rick Salgado, um conservador tradicional. E Roman (Kieran Culkin) simpatiza mais com Jeryd Mencken, uma figura com posições radicais, de extrema-direita.

Após Roman defender Mencken na reunião familiar, Shiv se revolta e diz: “Não estou dizendo que vai ser o Terceiro Reich (nazista), mas acho que existe a possibilidade real de virarmos uma porra russa berlusconiana brasileira” (“I’m not saying it’s going to be the full Third Reich, but I am genuinely concerned that we could slide into a russian berlusconian brazilian fuck pile”.)

Ao final do episódio (atenção, spoiler), Logan sinaliza que decidiu apoiar Mencken e obriga Shiv a se juntar a ele e aos irmãos numa foto ao lado do político.

“Succession” é exibida na TV por assinatura e no streaming pela HBO. Criada por Jesse Armstrong, a série foi lançada em 2018, teve uma segunda temporada em 2019 e, após um ano sem gravações, por causa da pandemia, voltou em outubro deste ano para a sua terceira temporada. O título da série faz referência à sucessão de Logan, que já fez 80 anos, e ainda não decidiu quem ocupará o seu lugar à frente das empresas.

Os Roy da ficção já foram comparados aos Murdoch, donos da conservadora Fox News, entre outras empresas de mídia, com ramificações em vários países. E também já foram associados aos Trump.


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