A hipnose é uma prática que induz o paciente a um estado profundo de relaxamento, essa técnica entretanto parece ser mais suscetível para algumas pessoas do que para outras. Para entender porque isso acontece, um novo estudo analisou a atividade cerebral de um grupo de voluntários enquanto tentava hipnotizá-los.
A pesquisa ainda aguarda revisão dos pares, mas encontra-se disponível para pré-impressão no bioRxiv e tinha como objetivo entender as principais e mais importantes diferenças entre os cérebros dos indivíduos que são mais e menos suscetíveis à hipnose.
- A pesquisa contou inicialmente com 75 voluntários que passaram por uma avaliação para determinar a susceptibilidade à hipnose;
- Nessa primeira avaliação foram selecionados 40 participantes que eram altamente hipnotizáveis ou improváveis de serem hipnotizados;
- Depois disso, os indivíduos passaram por eletroencefalografia (EEG) para analisar a atividade neural antes e depois da indução hipnótica.
A pesquisa analisou diversas características neurofisiológicas e identificou quais diferenciam os indivíduos mais e menos suscetíveis à hipnose, durante os momentos de pré e pós-indução.
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Os pesquisadores perceberam que ao invés de um único padrão neural, a hipnose possui uma base em camadas, que acabam sendo responsáveis por diferenciar os mais e menos suscetíveis à hipnose em diversos fatores. No entanto, um em específico chamou a atenção dos cientistas: a predisposição a ser hipnotizada está correlacionada a diferenças no expoente aperiódico da atividade neural antes da indução.
As leituras de eletroencefalografia são compostas de expoentes periódicos e aperiódicos. Os periódicos são oscilatórios, repetindo em intervalos regulares que emergem do fundo dos sinais aperiódicos, que não se repetem.
Acredita-se que os sinais aperiódicos estão provavelmente ligados à “absorção mental, a sensação de relaxamento e a preparação para a resposta hipnótica”. Dessa forma, eles são mais elevados em quem possuem mais aptidão para ser hipnotizado.
Além disso, por estarem ligados a momentos pré-indução, entende-se que a susceptibilidade à hipnose está ligada a características independentes da técnica.
Essa descoberta ressoa com a hipótese de que a suscetibilidade hipnótica é um traço psicológico inerente que predispõe certos indivíduos a serem mais responsivos às sugestões.
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