Haveria, portanto, um intenso fluxo migratório em direção ao interior dos continentes, ao mesmo tempo que haveria profundas mudanças na geografia do globo. No site Flood Map é possível simular o efeito do aumento do nível dos oceanos. Note como o litoral brasileiro e parte da Amazônia vão sendo “devorados” pela água.
A humanidade já estaria bem comprometida, mas outras espécies de animais sofreriam de maneira mais incisiva as consequências de um derretimento das geleiras. Os bichos associados a ambientes frios, como pinguins, focas e ursos polares, sofreriam uma ameaça séria de extinção.
Eles não seriam os únicos. Geleiras de locais como Groenlândia e Antártica são feitas, em sua maior parte, de água doce. Uma vez no mar, ela alteraria a salinidade do oceano e, consequentemente, causaria um impacto considerável na vida marinha. Espécies que vivem no mar estão adaptadas a uma salinidade de 35 mil ppm (35 gramas de sal em um litro de água) e qualquer alteração nisso significaria colocar a vida delas em risco.
A reação em cadeia continuaria. Alterações na salinidade e na temperatura das águas marinhas também mudariam as correntes marítimas. Isso, por sua vez, teria tudo para intensificar catástrofes climáticas. Vale lembrar que fenômenos como o El Niño e furacões estão intimamente ligados à temperatura dos mares.
O novo fluxo de correntes afetaria o regime de chuvas em diversos lugares. Não seria surpresa, portanto, vermos áreas úmidas se tornando cada vez mais secas e vice-versa. Isso alteraria a flora e a fauna do mundo, além do potencial para prejudicar diversos aspectos da atividade humana, como a produção de alimentos.
Um dos aspectos mais críticos do derretimento das geleiras seria a liberação de uma enorme quantidade de carbono para a atmosfera.