Imagine só andar pela sua casa e não encontrar traços de poeira pelo chão. E o melhor: sem precisar fazer qualquer esforço para isso. É justamente esse o principal atrativo dos aspiradores robôs.
Modelos assim são bem desejados por quem gosta de ver a casa limpa, mas não tem tempo ou disposição para faxinas constantes ou, ainda, não quer gastar com a contratação frequente de profissionais de limpeza.
Há uma enorme variedade de opções disponíveis, alguns com funções inteligentes (ou seja, com inteligência artificial), inclusive. Mas você sabe como ele consegue fazer a “mágica” de deixar o chão da sua casa limpo sem que você precise derramar uma gota de suor sequer?
Como funciona?
Independentemente do tipo de tecnologia embarcada, o funcionamento dos robôs aspiradores seguem alguns princípios comuns. Além de usar um fluxo de ar para sugar a sujeira do chão, eles costumam contar com escovas giratórias que permitem “agitar” a poeira para que ela seja aspirada — algo útil especialmente quando falamos da limpeza de tapetes.
Um dos principais segredos para o funcionamento do aparelho, no entanto, está na sua capacidade de “ver” o ambiente no qual ele transita. Isso vale para todos os modelos, desde o mais simples.
Isso é possível pela adoção de sensores que fazem o robô “enxergar” o ambiente, evitando pancadas contra paredes e obstáculos ou, ainda, quedas que poderiam danificar o aparelho.
Os sensores mais simples, que estão posicionados ao redor do robô, são chamados de “bumpers” e detectam quando o robô encosta em algum obstáculo que atrapalhe ou impede a sua movimentação.
Um segundo sensor de grande importância é o de borda, que fica na parte inferior do aparelho e detecta caso ele se aproxime de uma escada ou região que possa resultar em queda.
Um terceiro fundamental é o encoder, que fica em cada um dos motores responsáveis pela locomoção do robô. Ele mede a distância percorrida pelas rodas e é fundamental para saber o posicionamento do robô e as regiões que já foram limpas.
Em modelos mais sofisticados, há sensores que não apenas cumprem essa função básica como realizam tarefas mais avançadas, como mapear o ambiente (ou até mais de um, no caso de casas e apartamentos com mais de um andar) e retornar automaticamente para a base para carregamento, sem que o usuário tenha que fazer isso manualmente.
Além disso, há modelos capazes de detectar a quantidade de poeira captada e até com câmeras 3D, capazes de detectar objetos em três dimensões e, com isso, ter uma operação mais precisa.
Por fim, alguns modelos ainda contam com conexão via wi-fi ou Bluetooth, o que permite que ele “converse” com aplicativos específicos de smartphones ou, ainda, assistentes como Alexa e Google Assistente. Essa conectividade permite, por exemplo, comandar o aparelho à distância, criar rotinas específicas de limpeza etc.
Dúvidas comuns
O robô aspirador substitui aspiradores mais “parrudos”?
De maneira geral, a resposta é não. Um robô aspirador permitirá uma limpeza constante e, consequentemente, a tendência é que a casa não acumule pó. Porém, para limpeza mais pesada e profunda, ter um aspirador convencional para esses momentos ainda é o recomendado. Ou usar a boa e velha vassoura e rodo com pano úmido.
Talvez a principal diferença aqui seja o intervalo necessário para que essas limpezas mais pesadas sejam feitas, o que, no final das contas, é uma vantagem considerável.
Há situações nas quais eles não são recomendados?
Esses aparelhos geralmente são incapazes de aspirar água, então o ideal é evitar o seu uso em pisos molhados (a não ser que o modelo de robô venha com a função de passar pano).
Quem tem pets também precisa ficar atento, especialmente caso o animal faça suas necessidades em tapetinhos higiênicos — imagine só o caos caso um robô aspirador passe sobre fezes e urina dos bichinhos, não é? Neste caso, o melhor a se fazer é evitar que o robô transite por essas áreas.
Por fim, casas com muitos desníveis mais altos — como degraus — entre os cômodos e ambientes muito apertados tornam os robôs aspiradores menos eficientes.
Fontes:
- Anderson Harayashiki Moreira, professor de Engenharia de Controle e Automação e especialista em Robótica do Instituto Mauá de Tecnologia (IMT)
- Flamarion Pirtouscheg, gerente de categoria de produtos da Electrolux
- Reinaldo Bianchi, professor do departamento de Engenharia Elétrica do Centro Universitário FEI