Galaxy Z Flip 5 é mistura de ingredientes para abraçar de vez um dobrável

Já no começo dessa análise, é importante dizer o que realmente importa aqui: a Samsung conseguiu fazer algo diferente nessa versão do Galaxy Z Flip 5, agregando mais valor à categoria de smartphone dobrável. Nem tudo, porém, são flores, mas é fato que o nível subiu muito. Acompanhe o review e entenda porquê.


Pontos Positivos

  • Tela externa grande permite usar aplicativos sem abrir o telefone
  • A prova d’ água (IPX8)
  • Bastante compacto quando fechado
  • Boas fotos e vídeos
  • Até quatro atualizações do Android
  • Alto desempenho

Pontos Negativos

  • Não tem suporte à DeX (capacidade de usar o celular como um PC espelhando no monitor)
  • Executar apps completos na tela externa nem sempre é uma experiência boa
  • Pelo alto preço, as especificações de câmera poderiam ser melhores
  • Bateria não chega ao final do dia se você usa muito

Veredito

O Galaxy Z Flip5 tem excelente desempenho, traz uma tela externa em que é possível usar apps sem abrir o telefone e também filmar e tirar selfies com a câmera principal. Além disso, quando fechado, cabe em qualquer lugar, já que fica com a metade do tamanho de um aparelho convencional. Faz ótimas fotos e vídeos, ainda que não traga as últimas especificamentes de câmeras, o que, pelo alto preço, deveria ser levado em conta. A bateria não vai durar um dia inteiro se você usar muito. Enfim, o Z Flip5 trouxe atrativos para a categoria e pode atrair mais pessoas a querer usar um smartphone dobrável. Mas ainda falta um tempero mais gostoso nessa receita para essa categoria ser mais popular.

O UOL pode receber uma parcela das vendas pelo link recomendado neste conteúdo. Valores recebidos não influenciam nossos critérios editoriais.

Aberto, o Z Flip 5 tem 16,5 cm de altura por 7,2 cm de largura e 0,69 cm de espessura. E a tela tem 6,7 polegadas. Assim, a aparência é de um smartphone convencional, com tela grande. Nas costas, a metade de cima abriga a tela externa, enquanto a inferior é revestida em vidro que cobre uma das quatro cores em que o aparelho é oferecido: verde claro, grafite, creme ou rosa.

Com as bordas são mínimas e ótimo aproveitamento de tela, levei um tempinho para me acostumar: muitas vezes, os dedos tocavam na tela sem querer e acionavam algum app. Já o revestimento de vidro é liso e pode escorregar da mão. A dica é utilizar uma capinha, seja para proteção, seja para uso. Mas prepare-se. Os acessórios costumam ser caros para o Z Flip 5: de R$ 150 a R$ 280.

Fechado, o aparelho tem 8,5 cm de altura, 1,5 cm de espessura e mesma largura. Dobrado, o Z Flip5 é bem compacto. Cabe em qualquer bolso de paletó, camisa, bolsos de calças femininas, pequenas bolsas e até pastas.

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Galaxy Z Flip 5: aparelho fechado e aberto

Imagem: René Ribeiro/UOL

No lado direito está o botão de volume e o de liga / desliga, que também tem o sensor biométrico, com ótima precisão: basta encostar de leve o polegar para desbloquear o sistema. No lado esquerdo está a gaveta para chip micro-SIM e, na parte de baixo, há conector USB-C, microfones (um é para antirruído) e também um alto-falante.

Não há entrada para fone de ouvido tipo P2. A USB-C faz a vez de saída de áudio, mas é preciso ter um adaptador USB-C ou um fone de ouvido com plugue compatível. No entanto, melhor mesmo é usar um fone Bluetooth.

Com certificado IPX8 —o código 8 garante que o aparelo seja inteiramente à prova de água—, pode ser mergulhado na água.

Indo direto ao ponto que mais gera polêmica entre os usuários: a tela que dobra. Chamada UTG (Tela Ultra Fina, em português), a tecnologia já foi testada há tempos. É um vidro de 30 mícrons de espessura (um fio de cabelo tem 70 microns) e coberta por uma película para protegê-la de arranhões. Portanto, a dica aqui é não remover essa película.

Além disso, há um pequeno truque na parte da dobra, em que a tela tem uma estreita concavidade. Ela serve para que o fino vidro tenha área o suficiente para que possa ser dobrado sem estresse do material. Portanto, fique tranquilo quanto a dobra da tela.

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Galaxy Z Flip 5: concavidade da tela enquanto está ligado e desligado

Imagem: René Ribeiro/UOL

Além disso, a tela interna usa tecnologia Dynamic AMOLED, com HDR+ e taxa de atualização de 120 Hz, que deixa movimentos mais fluidos. A resolução é de FHD+. São ótimas especificações que dão ótima relação entre brilho e contraste a qualquer conteúdo, de filmes a jogos. Ela tem proporção de 22:9, ou seja, um pouco mais “esticada” do que a maioria dos smartphones, de 16:9 ou 21:9.

A grande mudança para do Galaxy Z Flip 5 é, obviamente, a tela externa. Com 3,4 polegadas, ela preenche a maior parte do exterior do telefone e tem cores vibrantes que realmente se destacam, talvez até mesmo pela tecnologia Super AMOLED.

A tela faz entalhes ao redor das câmeras, aninhada no canto inferior direito. Por isso, tem uma forma ligeiramente irregular, mas não é algo que você perceba em uso. Exatamente porque a Samsung decidiu não envolver a tela em volta das câmeras como a Motorola, o design reduz o número de vezes que você toca as lentes sem querer.

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Galaxy Z Flip 5: foto da tela externa mostrando o app da Netflix funcionando

Imagem: René Ribeiro/UOL

E é possível colocar alguns apps para funcionar sem abrir a tela, como o Maps, ver notificações, atender ou fazer uma chamada (via bluetooth ou viva-voz) ou usar o Instagram. Mas é fato que usar apps em uma tela de 3,4 polegadas não é lá muito confortável, como o Netflix, por exemplo.

A Samsung irá dimensionar ainda mais apps para essa tela, um ótimo avanço em relação ao Z Flip4. Mesmo vídeos e fotos acabaram ganhando muito, porque é possível usar as câmeras principais, que têm mais resolução.

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Galaxy Z Flip 5: tela externa do aparelho exibindo aplicativos

Imagem: René Ribeiro/UOL

O Z Flip 5 utiliza a última geração do chipset da Qualcomm, o Snapdragon 8 Gen 2. Além de suportar uma memória RAM mais rápida, tipo LPDDR5X, ele também faz melhor gestão de energia, ajudando a economizar bateria. São 8 GB de RAM e 256 GB de armazenamento interno. A Samsung também oferece versão com 512 GB de armazenamento.

É uma opção interessante, já que o Z Flip5 não tem slot para expansão de armazenamento. Portanto, se você é fã de fotos e vídeos por celular e instala muitos apps, pense no armazenamento no momento da compra.

Rodar jogos pesados foi tarefa fácil para o Z Flip5. A experiência foi suave e consistente, ainda que eu estivesse navegando sem rumo e alternando entre apps ou jogando “Call of Duty Mobile” ou “Asphalt 9”. Ainda assim, notei que esquenta um pouco durante jogos ou quando usei muito a câmera, principalmente gravando em Full HD a 60 fps ou em 4K — não mais do que a maioria dos telefones topo de linha, porém.

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Galaxy Z Flip 5: aparelho rodando o game Asphalt 9

Imagem: René Ribeiro/UOL

A interface One UI 5.1, da Samsung, se ajustou bem ao Android 13. Isso ajudou muito na usabilidade e também a calibrar os aplicativos na tela dobrável. É interessante usar o celular, por exemplo, dobrado em cima da mesa para fazer vídeochamadas ou para assistir vídeos no YouTube, por exemplo. Por fim, o áudio é ótimo para filmes e jogos, já que os dois alto-falantes, um na parte de baixo e o outro no topo da tela, fazem um bom trabalho em estéreo e produzem um som alto e puro, sem reverberação.

A bateria é a mesma do Z Flip4: 3.700 mAh. Mesmo com display externo maior, a Samsung informa que a bateria do Z Flip5 dura um dia inteiro, devido à eficiência do chipset em gastar menos energia. Nos testes, duvidei disso. Durante o uso, eu vi que nem eu e nem a Samsung erramos. Durante um dia de trabalho (8 horas), faço algumas chamadas, uso WhatsApp, acesso o e-mail, leio sites, navego no YouTube durante uns 50 minutos para fazer pesquisas, executo o Maps também e ainda tiro algumas fotos. Ao fim do expediente, restam 40% de bateria. Não achei ruim. Ainda tinha energia suficiente para mais umas três horas.

No entanto, quando usei o Z Flip5 para jogar por 40 minutos, fazer vídeos durante até 15 minutos, tirar 20 fotos, e claro, usar os apps básicos durante o dia também, cheguei com 20% da bateria às 19h30. Sabe quando bate aquele medo de não dar tempo de pegar o Uber de volta para casa por causa da bateria? Pois é. A bateria de 3.700 mAh não faz milagre em um telefone potente, por mais que o chipset tenha boa gestão de energia. Para quem quer fazer muitos vídeos durante o dia, é bom ter o carregador sempre por perto.

Tem um bom conjunto de câmeras continua a ser verdade para o Z Flip5. Assim como no Z Flip4, ele vem com uma câmera principal 12 MP, abertura de f/1.8 e estabilização óptica, além de uma de grande abertura de 12 MP e abertura de f/2.2.

Há uma câmera selfie de 10 MP na tela interna, mas uma das coisas boas sobre o formato flip é que é fácil usar as câmeras traseiras (que são melhores) para selfies. E percebi que a câmera de selfie é boa para chamadas de vídeo, pelo fato de o telefone ficar dobrado em cima da mesa para estabilizar a videochamada. O mesmo vale para fotos.

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Galaxy Z Flip 5: aparelho dobrado filmar vídeos

Imagem: René Ribeiro/UOL

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Galaxy Z Flip 5: aparelho dobrado tirar fotos com a câmera de selfie

Imagem: René Ribeiro/UOL

A câmera principal funciona muito bem com boa iluminação e tirou fotos realmente boas. Em ambientes externos, com iluminação ampla, a definição da imagem é ótima, assim como as cores são fiéis ao assunto da foto. O modo retrato é muito bom, mas o S23 ainda é melhor.

Fotos noturnas também saem boas; o sensor e o software conseguem fazer um bom trabalho, e os objetos da foto ficam bastante nítidos.

Não há uma lente tipo teleobjetiva, talvez por falta de espaço físico interno. Mas há um zoom de 10x que ajuda bastante. Ainda há vários modos, como câmera lenta, super câmera lenta e time-lapse. Na parte de vídeos, é possível filmar em 4K a 60 e 30 fps, Assim como em Full HD nas mesmas taxas.

O Galaxy Z Flip5 chega ao mercado pelo preço oficial de R$ 7.999. Ele teve uma boa evolução em desempenho e trouxe mais diversão e utilidade na tela externa grande. Mas, para um telefone considerado topo de linha, achei que as câmeras poderiam ter aspectos técnicos melhores, assim como a linha Galaxy S23, que usa o mesmo processador.

Repare no review. O resultado das fotos e vídeos são realmente bons, mas poderia ser melhor, dado o alto preço.

Outro detalhe é a duração da bateria. Com uso moderado, ela chega fácil ao final de um dia de expediente e ainda resta alguma carga para a noite. Mas, se você viajar e quiser fazer muitas fotos e vídeos, jogar e assistir a filmes, pode ficar sem bateria antes do final do dia.

Quanto ao sistema, tudo roda fluido, e a Samsung garante até quatro atualizações do Android, a maior do mercado. Portanto, se você quer curtir a nova tela externa maior, usar o telefone no modo fechado e ter experiências de fotos mais divertidas, sem perder desempenho, e puder pagar o preço, vá em frente. Mas, se busca por preço, então há opções de flagships convencionais mais conta.


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