Crítica | Um Dia Cinco Estrelas

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Pedro Paulo decide colocar seu carro na rua, um Opala dos anos 80, e trabalhar como motorista de aplicativo. O que ele não esperava era pegar passageiros que poderiam virar seu dia de cabeça para baixo. Essa é a trama da comédia, Um Dia Cinco Estrelas, que estreia nos cinemas nacionais em 06 de Julho.

Falar que o texto acima é a sinopse de Um Dia Cinco Estrelas é uma mentira, pois no desenrolar de seus 90 minutos vemos que na verdade a sinopse revelada é apenas o fio condutor de uma trama muito maior. O roteiro de Ricky Hiraoka e Cris Werson consegue construir uma trama simples, mas que possui diversas ramificações que são importantes para a história principal. Com isso, o texto consegue dar importância a maioria dos personagens apresentados na história. Além de construir situações divertidas, que são absurdas e devem tirar boas risadas do público.

O elenco escolhido é outro ponto alto da produção. Estevam Nabote é puro carisma na construção de seu Pedro Paulo. Ele é irresponsável, mas ao mesmo tempo ingênuo, gentil e de bom coração. Mas o grande destaque é o elenco feminino, as atrizes: Aline Campos (Os Farofeiros), Danielle Winits (Até que a Sorte nos Separe) e Nany People (Barraco de Família) constroem personagens femininas que são fortes, decididas no que querem e seus arcos são muito bem desenvolvidos. Outro destaque no elenco de coadjuvantes é Carol Nakamura (Mal Me Quer) que interpreta uma vendedora saliente e que divide cena com Campos, apresentando boas tiradas em suas cenas que devem divertir bastante.

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A direção de Hsu Chien (Me Tira da Mira) consegue misturar diversos elementos em sua história, tudo isso desenvolvendo a história com um ritmo agradável. Temos momentos de comédia família, comédia besteirol e drama. Temas como relacionamentos modernos, visibilidade e empoderamento feminino são alguns dos abordados nessa trama, que tem seus melhores momentos quando aborda a relação entre mãe e filho.

Por mais que o roteiro, direção e elenco estejam em uma boa sintonia e preciso apontar algumas falhas. A principal delas, acontece nas cenas de perseguição que dão a impressão de que foram feitas às pressas, sem nenhum treinamento e acabam resultando em uma cena pra lá de artificial, o que dissipa toda a tensão que a cena poderia apresentar. Outro problema, são as locações externas usadas, que dão a impressão de serem as mesmas do início ao fim do filme. Parece que o personagem de Estevam Nabote percorreu apenas o seu bairro e permaneceu em sua eterna Zona de conforto, algo que não bate com a ideia do novo emprego do personagem.

Um Dia Cinco Estrelas é uma história simples e divertida, que conta com um elenco e direção inspirados. Uma produção que serve como exemplo de que o cinema nacional pode sair da zona do senso comum em que caiu, basta ter investimento e boas ideias. As boas ideias já estão aqui.


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