7 pontos sobre IA para diminuir dependência dos ricos

Respondi que as pessoas de diferentes culturas não estão participando de nada, que o futuro estava sendo desenhado por pouquíssimas empresas de EUA e China, sem muito debate nem muita participação global. Quem tem as condições necessárias para desenvolver a tecnologia dita as regras do jogo.

O boom da IA generativa ocorreu neste ano, o que criou as condições para uma concentração de poder ainda maior na mão das Big Techs. Os serviços de chatbot, como ChatGPT e Bard, são impulsionados por modelos fundacionais gigantescos que poucas empresas conseguem treinar, afinal demandam um custo computacional proibitivo para empresas brasileiras.

A alternativa então -não só no Brasil, mas quase em todos outros lugares- é usar esses modelos de IA como produto final ou como base para aplicações locais. A OpenAI, por exemplo, oferece APIs para os desenvolvedores plugarem aplicações e resolver problemas que demandam uma IA de alto desempenho. Serviços similares são disponibilizados em outras nuvens.

O uso de modelos de IA desenvolvidos por empresas estrangeiras traz vantagens para startups e empresas locais, como o acesso a um poder computacional que seria inviável. No entanto, essa dependência tecnológica pode se tornar uma fragilidade estratégica para as organizações no longo prazo e um risco para a soberania digital das nações.

Outro ponto de atenção é que esses modelos de IA não refletem a diversidade linguística e cultural de todos os locais – apesar de serem usados globalmente. Um estudo recente fez uma grande auditoria nos principais conjuntos de dados que são usados no treinamento de IA. O resultado escancara a baixíssima representatividade de regiões como a América Latina, África, Oriente Médio e alguns países da Ásia.

Esse é um problema que parece não existir quando usamos os chatbots disponíveis, porque a verborragia da máquina muitas vezes ofusca a falta de representatividade cultural dos modelos.


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